Lançado em 2009 por um criador anônimo, que usou o pseudônimo Satoshi Nakamoto, o Bitcoin foi a primeira criptomoeda a surgir. Hoje, há milhares de criptomoedas, que são usadas de várias formas, por exemplo, na realização de pagamentos e transferências de fundos, na digitalização de ativos e como veículos de investimento. Com isso, sempre fica o questionamento sobre qual o preço do Bitcoin e o que o altera.

Caso você não conheça o processo de produção do BTC, saiba que novos bitcoins são criados em um processo conhecido como mineração, no qual hardware especializado é usado para resolver equações algorítmicas, ajudando a confirmar blocos de transações na rede de blockchain, um banco de dados distribuído.

Como recompensa, o dono do hardware, chamado minerador, recebe bitcoins recém-criados. A mineração de bitcoins será interrompida depois que 21 milhões deles tiverem sido minerados.

É relativamente comum que os interessados em criptomoedas perguntem “qual é o preço do bitcoin hoje?”. O preço do Bitcoin, a criptomoeda mais conhecida e de mais elevada valorização de mercado, costuma ser citada como um dos principais sinais dos ânimo do mercado de criptomoedas.

Além disso, ele interessa às pessoas que investem nessa criptomoeda ou consideram fazê-lo no futuro. Neste artigo, apresentaremos dados históricos do preço do Bitcoin e previsões sobre ele, além de discutir alguns dos fatores que o influenciam.

Dados Históricos sobre o preço do Bitcoin

mineração de bitcoin

Um ponto a ter em mente quando se fala do valor do Bitcoin é que, como a maioria das criptomoedas, o Bitcoin é bastante volátil. Isso significa que ele pode ganhar ou perder valor rapidamente. O preço do Bitcoin hoje pode ser muito diverso do preço do Bitcoin daqui a uma semana ou um mês, para não dizer um ano ou cinco.

O preço do Bitcoin subiu consideravelmente entre 2013 e 2015. A criptomoeda também atravessou períodos de alta rápida (booms) nos anos de 2017, 2019 e 2021, no último dos quais a sua cotação chegou ao seu mais alto de todos os tempos, pouco superior a US$ 68.700 dólares.

No final de 2021, porém, o preço do Bitcoin começou a cair, e o ano seguinte, 2022, foi marcado por um prolongado período de baixa no mercado de criptomoedas, inclusive o Bitcoin, cenário conhecido como inverno cripto.

O Bitcoin chegou a 2022 valendo cerca de US$ 15.700 dólares, uma queda de mais de 75% de sua cotação desde o ápice, cerca de um ano antes. Contudo, o começo de 2023 assistiu a uma rápida recuperação do valor do Bitcoin, que superou em rendimento investimentos tradicionais, como o ouro e o mercado de ações.

Até 10 de abril, quando atingiu pouco mais de US$ 31 mil dólares, o preço do Bitcoin acumulou no ano alta de mais de 80%. Daí até o começo de agosto, a cotação da criptomoeda ficou em uma faixa ao redor dos US$ 30 mil dólares, flertando, em algumas ocasiões, com os US$ 32 mil dólares.

Entre os dias 16 e 17 de agosto, porém, o preço do Bitcoin em dólar sofreu a sua maior queda em 1 dia, cerca de 7%, entrando na faixa dos US$ 26 mil dólares, valor ao redor do qual tem se movido desde então.

Quando este artigo foi redigido, o preço do Bitcoin em dólar estava em US$ 25.881,80 dólares, e o Bitcoin acumulava desvalorização de mais de 11% nos 30 dias precedentes. Ainda assim, sua cotação acumulava alta de quase 56% no ano.

Preço do Bitcoin: Previsão para 2024

preço do bitcoin

Como mencionado acima, no começo do ano, o preço do Bitcoin começou a se recuperar rapidamente. Esse movimento de alta, sustentado durante meses, criou expectativas de que a valorização da criptomoeda fosse continuar, de forma quase ininterrupta, através do final de 2023 e de 2024, ano do próximo halving do Bitcoin, de que trataremos mais à frente.

Agora, parece quase inevitável que o preço do Bitcoin termine o ano de 2023 em um patamar inferior àquele esperado até recentemente e que não alcance em 2024 os níveis mais altos deste ano.

Um exemplo do que pode ser visto como uma visão realista da situação é a análise das possibilidades do preço do Bitcoin em dólar recentemente publicada pelo site Techopedia, que cobre o universo da tecnologia, inclusive a tecnologia de blockchain e as criptomoedas.

Para o autor do texto, Michael Graw, o mais provável é que o preço do Bitcoin termine 2023 estabilizado ao redor do suporte (região de preço que, quando atingido, tende a atrair compradores, aumentando a demanda pelo ativo) de US$ 21.500 dólares.

Esse suporte, argumenta Graw, poderá servir como ponto de partida para uma nova recuperação do preço do Bitcoin, embora mais lenta que a do começo deste ano. No decorrer de 2024, pensa ele, a criptomoeda poderá testar o patamar dos US$ 25.200 dólares e até superá-lo.

Há alguns fatores, levados em conta por Graw em sua análise, que nos permitem considerar que o cenário para o preço do Bitcoin no decorrer de 2024 vá ficando menos nublado do que o do final de 2023.

Eles incluem a melhoria das condições macroeconômicas, com os esperados cortes de juros pelo banco central americano, e possíveis avanços na regulamentação dos investimentos baseados em Bitcoin, que podem contribuir para restaurar o interesse dos grandes investidores e atrair fundos para a moeda.

Acontecimentos imprevistos, porém, podem ter efeitos surpreendentes sobre a recuperação do preço do Bitcoin, seja frustrando-a e derrubando o valor da criptomoeda para os arredores dos US$ 15.500 dólares seja, pelo contrário, catalisando-a e permitindo-lhe devolver a cotação da criptomoeda à sua máxima de 2023, de cerca de US$ 31 mil dólares.

Também deve-se levar em conta o halving, evento inscrito no algoritmo do Bitcoin que reduz pela metade a quantidade de bitcoins produzidos por bloco de transações verificado.

preço do bitcoins diante de halvings

O próximo halving está previsto para entre o final de abril e o começo de maio do ano que vem. Por reduzir a velocidade com que novos bitcoins são minerados, o halving pode tornar a moeda mais escassa em relação à demanda por ela, colaborando para sua valorização.

Além disso, os três halvings que já aconteceram foram precedidos de altas do preço do Bitcoin, talvez em reação à valorização prevista dele, e seguidas, depois de alguns meses, por novas fases de alta.

No entanto, não se pode garantir que o halving de 2024 vá ser precedido ou seguido de altas do Bitcoin, pois o cenário, então, poderá ser diferente daqueles em que os halvings precedentes aconteceram.

Preço do Bitcoin: Previsão para 2030

Como se pode imaginar, é difícil definir qual será o aspecto do mercado para o Bitcoin daqui a mais de 5 anos. Basta lembrar os altos e baixos por que passou o preço do Bitcoin nos últimos 5 anos, que incluíram o que agora parece uma bolha clássica em 2021, o inverno cripto em 2022, a rápida valorização do Bitcoin no começo de 2023 e a interrupção dessa trajetória nas últimas semanas.

É quase impossível dizer onde a roleta dos cenários para o Bitcoin estará em 2030. Tentaremos, porém, delinear um cenário que julgamos ser o mais provável e explicar o que ele deverá significar para o Bitcoin.

É provável que, em 2030, os processos de regulamentação das criptomoedas ao redor do mundo e, mais especificamente, de investimentos baseados em Bitcoin nos Estados Unidos, tenham avançado.

Ademais, possivelmente teremos mais adoção, por empreendimentos e consumidores, do Bitcoin como meio de pagamentos. Com isso, podemos supor que o preço do Bitcoin em 2030 vá estar na faixa dos US$ 69 mil dólares.

Fatores muito negativos, como a repressão de reguladores ao redor do mundo ou o surgimento de criptomoedas mais atraentes que o Bitcoin, poderiam deixar o preço dele na faixa dos US$ 30 mil dólares.

Por outro lado, fatores muito positivos, como políticas regulatórias muito mais favoráveis que as atuais e um substancial influxo de capital vindo de grandes investidores, poderiam permitir ao preço do Bitcoin superar a incrível marca dos US$ 100 mil dólares.

Preço do Bitcoin: Previsão para 2040

Prever o preço do Bitcoin em reais ou dólar daqui a quase 20 anos é extremamente difícil, pois são muitos os eventos e tendências que, imprevisíveis no presente, podem acontecer no período interveniente e ter grande efeito sobre o valor da criptomoeda.

O site CoinCodex, em texto publicado em 26 de junho, observou que, se entre agora e 2040 o Bitcoin se valorizar à razão de 22% ao ano, que foi sua taxa média de valorização nos últimos cinco anos (os quais foram marcados por fases acentuadas tanto de alta quanto de baixa e períodos de estagnação), a criptomoeda estará cotada a pouco mais de US$ 1 milhão de dólares em 2040.

Embora o CoinCodex reconheça que a sua hipótese baseia-se em um raciocínio bem simples, ele argumenta que se trata de um cenário defensável. Isso se justifica pelo fato de se basear no comportamento do Bitcoin durante um período relativamente longo, que abrange períodos de alta e de queda e em que os fundamentos do Bitcoin se pareciam com os que deverão reinar em 2030.

Afinal, a esmagadora maioria dos 21 milhões de bitcoins que podem ser minerados já o foram e o Bitcoin não está ainda no mainstream. Mas vai sendo cada vez mais aceito por negócios, além de ser alvo de interesse de grandes empresas.

Prova disso é que várias companhias pediram permissão à SEC, regulador do mercado de títulos americano, para criar fundos ETF baseados no Bitcoin. Esse processo de disseminação do uso do Bitcoin deve continuar, de forma gradual, pelos próximos anos e mesmo décadas.

Por fim, o site CoinCulture publicou um artigo, em julho deste ano, em que apontava US$ 250 mil dólares como uma cotação provável para o Bitcoin, entre outros fatores, devido à crescente adoção das criptomoedas, da qual o Bitcoin, a criptomoeda mais conhecida, deve se beneficiar de forma considerável.

Potenciais altos e baixos do preço do Bitcoin

Acima, delineamos alguns cenários para o futuro do Bitcoin. Com base neles, acreditamos que, em circunstâncias bastante favoráveis, os valores máximos que o Bitcoin poderá alcançar em 2024, 2030 e 2040 serão, respectivamente, de US$ 31 mil dólares, US$120 mil dólares e US$ 1,20 milhões de dólares.

Também com base em cenários discutidos acima, acreditamos que, em cenários especialmente desfavoráveis, os valores mínimos do preço do Bitcoin em dólar em 2024, 2030 e 2040 poderão ser, respectivamente, US$ 15.500 dólares, US$ 30 mil dólares e US$ 50 mil dólares.

Lembramos, porém, que muitos fatores e eventos, imprevisíveis atualmente, podem ter poderoso impacto sobre o preço do Bitcoin e que decisões de investimento na criptomoeda devem levar isso em conta.

O que altera o preço do Bitcoin?

Essencialmente, como acontece com qualquer outro ativo negociado em mercados livres, o preço do Bitcoin agora é produzido pela interação entre oferta e procura. A quantidade de Bitcoins existente aumenta a uma razão pré-definida pelo algoritmo.

Ademais, dos 21 milhões de bitcoins que constituem o teto do suprimento da criptomoeda, mais de 19 milhões já foram minerados. No entanto, a quantidade efetivamente disponível pode ser afetada por vários fatores, como a perda de acesso a carteiras por parte de seus donos e estratégias de investidores, sobretudo baleias (grandes detentores de uma criptomoeda) e investidores institucionais, que podem reter seus bitcoins ou inundar o mercado repentinamente.

Mesmo a suspeita quanto a movimentos das baleias pode alterar o comportamento do mercado. Basta lembrar que se atribui, em parte, a grande queda do preço do Bitcoin entre os dias 16 e 17 de agosto deste ano à afirmação do jornal Wall Street Journal, especializado na cobertura do mundo dos negócios, de que a SpaceX havia vendido suas reservas da criptomoeda.

A empresa do bilionário Elon Musk, que também é dono da montadora Tesla e do Twitter e um notório simpatizante das criptomoedas, é conhecida, entre outras coisas, por ter uma grande quantidade de BTC.

A demanda por bitcoins pode ser afetada por vários fatores, que podem mudar de aspecto rapidamente, o que dificulta bastante qualquer esforço de prever o comportamento do preço do Bitcoin, ainda mais a longo prazo. A seguir, trataremos de alguns desses fatores.

Utilidade

A adoção do Bitcoin por mais empreendimentos e consumidores é provável, mas deverá acontecer de forma gradual à medida que são vencidos receios com relação à volatilidade do ativo, aos custos de transação e a problemas regulatórios.

Ambiente regulatório

O Bitcoin, especialmente nos Estados Unidos, é menos afetado por questões regulatórias que as outras criptomoedas, seja por ser mais bem estabelecido que as altcoins (criptomoedas que não são o Bitcoin), seja por haver certo consenso quanto ao seu tratamento como commodity.

Enquanto isso, há dúvidas quanto à natureza das outras criptomoedas, que a SEC deseja tratar como títulos. No entanto, muitos importantes órgãos nacionais e internacionais têm se mostrado céticos com relação às criptomoedas em geral e se mostrado insatisfeitas com a volatilidade desses ativos e o uso delas em crimes como a lavagem de dinheiro.

O FMI, por exemplo, tem repetidamente alertado os governos nacionais sobre a importância de regulação mais rígida das criptomoedas. Em um cenário mais radical, podemos imaginar governos coordenando-se para reprimir o uso do Bitcoin e de outras criptomoedas, o que poderia reduzir a atratividade do Bitcoin.

Em 7 de setembro, o site da agência de notícias Reuters informou que o FMI havia divulgado um relatório alertando sobre a adoção generalizada de criptoativos. Segundo o Fundo Monetário Internacional, isso poderia reduzir a eficácia das políticas monetárias, exacerbar riscos fiscais, desviar recursos do financiamento da economia real, contribuir para evasão de controles dos fluxos de capitais e ameaçar a estabilidade econômica global.

O ambiente regulatório também pode afetar o Bitcoin através da autorização para a criação de investimentos baseados nele. Como mencionado acima, grandes atores do mercado financeiro vêm buscando permissão para lançar nos Estados Unidos fundos negociados em Bolsa baseados no Bitcoin, como já há na Europa.

A criação desses fundos pode conferir mais credibilidade à criptomoeda e atrair para ela investidores institucionais.

Competição com outras criptomoedas

O Bitcoin é não só a criptomoeda mais antiga como, também, a mais conhecida e a de maior valorização de mercado (pouco superior a meio trilhão de dólares quando este texto foi escrito), mas não é impossível que, com o passar do tempo, surjam outras criptomoedas mais atraentes ou que criptomoedas já existentes se destaquem por sua utilidade ou aceitação.

Um forte concorrente do Bitcoin é o Ether, que é a segunda criptomoeda em capitalização de mercado e faz parte da rede de blockchain Ethereum, amplamente usada na criação de contratos inteligentes, protocolos que executam a si mesmos quando certas condições definidas em seu código são atingidas.

Mudanças nos ânimos públicos

O interesse pelo Bitcoin depende, em boa parte, da percepção pública. Sabe-se, por exemplo, que a rede de blockchain do Bitcoin consome muita energia, o que pode se tornar uma questão cada vez mais importante à medida que a conscientização com relação aos problemas ambientais avança.

Outros fatores que podem levar a uma degradação da boa vontade pública com relação ao Bitcoin são sua alta volatilidade e seu uso na desobediência a regulações.

Por outro lado, há quem veja no caráter descentralizado do Bitcoin uma proteção contra a tirania estatal e uma proteção à privacidade. Além disso, o Bitcoin, cujo suprimento é limitado por um teto, é comparado favoravelmente por alguns observadores às moedas fiduciárias, como o real e o dólar, que podem ser inflacionadas com certa facilidade.

Parte dos políticos e da base do Partido Republicano nos Estados Unidos, por exemplo, abraçaram o Bitcoin e outras criptomoedas e promovem políticas favoráveis a elas.

Ambiente macroeconômico

De modo geral, um ambiente com juros baixos tende a favorecer o mercado de criptomoedas, por tornar menos atraentes alguns investimentos considerados mais seguros, como papéis do Tesouro dos Estados Unidos, e baratear o acesso ao capital, reduzindo o risco de investimento em ativos de renda variável.

A alta de juros, por sua vez, pode contribuir para que fundos deixem o mercado cripto, tanto por aumentar a atração exercida por investimentos como papéis do Tesouro americano como por encarecer o acesso ao capital. Acredita-se que o aumento dos juros americanos como forma de combater a inflação nos Estados Unidos foi uma das causas do inverno cripto.

Como a utilidade futura do Bitcoin pode alterar seu preço?

Atualmente, o Bitcoin é usado, principalmente, como meio de pagamentos, de transferência de fundos e como veículo de investimento. À medida que ele é mais usado para esses fins, o que se vê, por exemplo, com a sua crescente aceitação em transações de venda de bens e serviços, a demanda por ele aumenta, o que pode fazer com que se valorize.

O desenvolvimento de novas utilidades para o Bitcoin, por exemplo, sua incorporação a projetos que busquem resolver questões específicas, também pode aumentar a demanda por ele.

Conclusão

O Bitcoin, embora considerado mais seguro que outras criptomoedas, é bastante volátil. Além disso, seu valor depende de vários fatores, muitos dos quais imprevisíveis.

Embora haja bons motivos para supor que, a longo prazo, o preço do Bitcoin vá aumentar, é possível que ele passe por fases de queda acentuada. Por isso, é importante que os investidores entendam os riscos associados ao investimento no Bitcoin, bem como as vantagens que ele pode trazer.

FAQs

O Bitcoin é um bom investimento?

Como comprar Bitcoin?

Que fatores podem influenciar o preço do Bitcoin?

O Bitcoin é anônimo?